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A literatura marginal tem seu espaço demarcado por preconceitos, mas é necessário citar que é a tematização promovida pelo livro Capão Pecado é de significativa relevância, dando uma compreensão entre as relações socias precisas para entender o mundo contemporâneo. até por ser um livro de literatura marginal incomoda, nos temas postos em sua discussão. E é esse preconceito contra coisas derivadas da favela que tem que ser repensadas de uma forma mais aberta à novos olhares, trazendo para si a realidade "diminuindo a distancia entre o que fizemos e o que fazemos" (Paulo Freire).
Nesse sentido preconceito tem a função de mascarar a verdade de forma que haja uma construção de uma nova ideologia sobre determinada coisa. Daí é que temos que desconstruir uma série de ideologias preconceituas que estão ao nosso redor e entender que ao desvendarmos os preconceitos antes contidos, entenderemos que “a realidade do outro não é tão distinta da minha”. Nesse sentido ao entendermos que a nossa realidade é semelhante à do próximo, não seremos tão preconceituosos e passiveis ao que acontece, e essa é a proposta da livro Capão pecado.
Romance escrito em 2000 por Ferréz, com uma profunda crise humana gerada por uma insustentabilidade na nossa sociedade. Que foi contada por meio de uma história de uma tríade amorosa, aqui encenada por Rael, Matcherros e Paula, com direito a um quarto elemento. Rael, o protagonista, atendente de padaria e depois operário numa fábrica, apaixona-se por Paula, funcionária da fábrica na qual irá trabalhar. Problema: Paula é namorada de Matcherros, amigo de Rael. Um elemento fundamental, já que o romance desde o título visa colocar um espaço determinado em cena, ou seja, o bairro Capão Redondo, um dos lugares conhecidos como dos mais violentos da cidade e é nesse contexto que acontece o romance contada no dia-a-dia de Rael dentro de sua realidade.
Dia-a-dia esse, que, como já disse não é tão diferente da nossa. Digo isso pois os preconceitos não são de mera exclusividade do próximo, mas de cada um de nós, tal como acontece comigo. Eu (Ramon) sou morador de itagimirim, vou estudar em outra cidade chamada Eunápolis. Esta situação não é de singular escolha minha, mas veio da opção de ter uma vida melhor, uma vida não conformada com a atual em uma sociedade que se organiza economicamente pela subalternidade e competição ente seus integrantes. Nesse sentido a minha cidade não oferecia oportunidades suficientes para que eu tenha uma educação de qualidade suficiente para ter uma vida menos atordoada, uma vida melhor. Por isso tenho que pegar ônibus de linha para voltar à minha cidade, isso acontece em quase todas as semanas.
Dentro deste contexto o preconceito se mostra com a grande fama que assimila o as pessoas com características ligadas a um determinado grupo ( características como: ser negro, andar de bicicleta, usar um boné estilo hip-hop, fala contendo gírias...) com os marginais, características tais de tal grupo que não casualmente estão ligadas aos negros e simultaneamente com os pobres. Isso se mostra quando falam para mim que: "não vai la no Juca Rosa que la só tem ladrão denoite"; "Toma cuidado conhanto ver alguem de bicicleta e boné passar por você"; "Não vai la que é perigoso o povo do Juca rosa te pega lá" ... Enfim, uma séries de ideologias que são construídas na nossa cabeça não para ver a realidade, mas uma suposta realidade que interença á pessoas que estão dentro de uma formação socioeconômica muito mais elevadas do que as prejudicadas por esse dilema.
Dilema tal que que não somente discrimina mais por uma série de ideologias preconceituosas que impede que novos contextos socioeconômicos possão surgir , assim priorizando oportunidades que não estão sendo facilmente alcançadas pelo grupo subalterno. Dentro deste contexto social produz uma pressão que provoca uma reação um "grito" das camadas mais populares. Esse preconceito não só aliena mas impede que entenda que as oportunidades não estão para todos, as perspectivas de uma vida melhor também não, por isso esse grupo não tem muito o que perder dentro da marginalidade dentro de um contexto que não oferece oportunidades para uma vida melhor.
E diálogo social, não singularmente afeta os pobres ou a elite, mas nos mesmos. Assumo que sou preconceituoso pois também desconfio quando uma pessoa com aquelas citadas, até porque eu já vivenciei uma tentativa de assalto o que me deixa mais em alerta, somando com ver que um colega próximo meu foi assaltado nove vezes saindo de casa e indo para a rua como rotineiramente, exemplo indo para a escola à qual eu também vou. Confesso que também me enojo ao ver um sujo passar por mim, ou aquele outro que sai gritando pela rua. eu particularmente assumo não faço intervenções diretas para que exista uma nova referencia social para aquelas pessoas, mas é preciso que( como agora) existam pessoas criticas ativas o suficiente para que alarme o que acontece com aqueles grupos das camadas mais subalternas à nossa elite, mas para que isso ocorra é preciso que exista mais oportunidades, escolha, consciência critica e leitura para que possa enxergar essas coisas.
Uma série enorme de grandes temas sociais, muitos, específicos das periferias das grandes cidades figura no romance Capão Pecado: encontra-se a violência endêmica bastante relacionada ao tráfico de drogas e de armas; alcoolismo;o desemprego; a crueldade de um espaço social que impossibilita a amizade, permitindo apenas alianças temporárias entre “manos” e comparsas na contravenção; a imagem da mulher, entre outros. O espaço onde ocorre as cenas são muito produtiva também, pois ai é o espaço onde acontece o dia-a-dia do morador da periferia e é nesse contexto que o autor diz onde acontece o reflexo das inconseqüências de nossa sociedade.
O livro Capão pecado não só mostra temas que devem ser debatidos para que exista uma sociedade baseada em valores morais, como também mostra que a favela não é só o lugar onde ocorre o tráfico de drogas, prostituição, assaltos a mão armada, entre outros (significação tal reforçada por telejornais).
Nasce do capitalismo essa sociedade marcada por iniqüidades no plano econômico, busca-se encontrar uma series de desculpas para o que acontece atualmente no Brasil. Políticos não dão importância necessária para o que está acontecendo, e que é um indicio alarmante que estão se construindo uma sociedade subvertida moralmente, o que infelizmente já comum para os brasileiros, já que não veio agora a polêmica de corrupção no brasil, dai vem algo que deve ser repensado por nós.
A perspectiva dos marginais não veio por simples e singularmente falta de educação. Os marginais foram sendo construídos por diversas forças produzidas pela politica insustentável. que hipocritamente é exigido de tais deliquentes que tenha um comportamento de submissão, sendo que historicamente a formação econômica que temos hoje foi sendo construída pela extração da força do homem pelo homem , assim a elite que existe hoje veio da submissão das classes subalternas. Daí vem os marginais que se tornam o que são por motivos óbvios: não tem o que comer em casa vai caçar, essa é a lei da sobrevivência. Nesse sentido é de extrema importância que haja transformações politicas e econômicas construtivas e auto-sustentáveis para que ocorra uma transformação eficaz e construir o brasil um país com distribuição de renda homogenizada, assim redesenhar o país de forma que volte o que é direito aos cidadãos brasileiros que foram sendo construídos a partir de 1500.

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